A dieta pós-operatória é um dos grandes desafios para pacientes. É dividida em diversas etapas, desde a ingestão única de líquidos até a alimentação com alimentos sólidos.
A retomada paulatina da ingestão de alimentos prepara o aparelho digestivo para a nova quantidade e a absorção de nutrientes necessários.
Confira o que acontece em cada etapa:
Primeira fase – conhecida como dieta líquida, compreende as duas primeiras semanas após a cirurgia. É um período de adaptação. A alimentação líquida é constituída de pequenos volumes para garantir o repouso gástrico e a hidratação. A perda de peso é bem acentuada nessas duas semanas, devendo-se, em muitos casos, introduzir o uso de complementos nutricionais específicos para evitar carências de vitaminas e minerais. A orientação nutricional deverá ser iniciada pelo médico e nutricionista já no hospital, antes da alta hospitalar.
Segunda fase – é a evolução da consistência sobre a dieta. A alimentação evolui aos poucos de líquida para pastosa, incluindo preparações liquidificadas, cremes e papinhas ralas, conforme a tolerância e as necessidades de cada um,. A evolução de cada paciente é variável. A escolha de cada alimento deve ser acompanhada, cuidadosamente, para evitar desconfortos, como dor, náuseas e vômitos. A tem um tempo de duração diferente para cada indivíduo, porém, em média, até duas semanas.
Terceira fase – já envolve uma seleção dos alimentos, mais qualidade e mastigação exaustiva. Passado o primeiro mês após a cirurgia, tem início um período para melhor seleção dos alimentos e com grande importância nutricional, já que as quantidades ingeridas diariamente continuam muito pequenas. Os alimentos escolhidos deverão ser fontes diárias de ferro, cálcio e vitaminas. O paciente e a família deverão receber orientações sobre as fontes alimentares dos nutrientes de maior importância. Como a alimentação passa a ser mais consistente, deve-se mastigar exaustivamente. A duração dessa fase também varia individualmente e dura, em média, um mês.
Quarta fase – os alimentos começam a ser modificados gradativamente para uma consistência cada vez mais próxima do ideal para uma nutrição satisfatória. Geralmente, ocorre a partir do 3º mês após a cirurgia, quando a maioria dos alimentos começa a ser introduzida na alimentação diária. O cuidado com a escolha dos alimentos nutritivos deve continuar, pois as quantidades ingeridas diariamente continuam pequenas. Com o auxílio do nutricionista, o paciente pode selecionar os alimentos que mais lhe agradam e que proporcionem maior conforto e qualidade nutricional. Somente não são tolerados alimentos muito fibrosos e consistentes, assim como os muito ácidos e gordurosos.
Quinta fase – nesta última etapa, acontece a adaptação final e a independência alimentar deve acompanhar o paciente a partir do 4º mês. Como nas fases anteriores, também evolui de acordo com as características individuais, podendo iniciar-se um pouco antes ou um pouco depois do 4º mês. A partir dessa fase, um acompanhamento periódico se faz necessário, não somente para o acompanhamento da evolução de peso e levantamento de informações, como também para identificar se existem carências nutricionais, como, por exemplo, a anemia. O paciente já tem bastante segurança na escolha dos alimentos e está apto a compreender quais são os ricos em proteínas, glicídios e lipídios, cálcio, ferro, vitamina A, vitamina C, folatos e outras propriedades nutricionais.
Lembre-se: qualquer dúvida ou peso estacionado, você deverá procurar seu nutricionista para que haja uma reavaliação de sua dieta. Também não é recomendado ingerir vitaminas e substâncias sem indicação da equipe multidisciplinar.
A dieta é uma das principais etapas na recuperação da cirurgia bariátrica. Deve ser levada à sério e com disciplina!