Estudo publicado no New England Journal of Medicine, uma das publicações científicas mais prestigiadas na área de medicina, revela que estar acima do peso ou obeso aumenta o risco para 13 tipos de câncer.
A Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), já sabia que o sobrepeso ou o excesso de peso poderiam aumentar o risco de câncer de intestino, rim, esôfago, mama e útero. Agora, analisando mais de mil estudos sobre obesidade e riscos, os pesquisadores acrescentaram à lista mais oito tipos de câncer: fígado, estômago, pâncreas, vesícula, ovário, tireoide, sangue e um tipo de tumor no cérebro.
O oncologista Claudio Ferrari explica porque a obesidade pode levar ao câncer: “Com a obesidade, é natural que o tecido passe a desenvolver uma certa resistência à insulina, que a gente chama de diabetes tipo 2. O organismo para tentar lidar com essa resistência aumenta a produção de insulina e a insulina passa a agir como fator estimulador de crescimento de células. E essas células podem ser as malignas. A segunda causa é sistêmica. A gordura causa um estado inflamatório sistêmico. A pessoa que tem uma obesidade crônica fica numa situação de inflamação constante, que pode até ser medida no sangue. Essas que são as duas principais causas”.
Esse fator de risco preocupa bastante os médicos no Brasil. Mais da metade dos brasileiros (52,5%) estão acima do peso e 17,9% são obesos, segundo o Ministério da Saúde.
O resultado da pesquisa traz um alerta principalmente para as mulheres: os pesquisadores relataram que a ligação mais forte entre obesidade e câncer está relacionada com o câncer de útero.
Um levantamento do Instituto do Câncer de São Paulo (ICESP) aponta que 87% das mulheres com câncer de endométrio, a camada interna que reveste o útero, tem obesidade ou estão acima do peso.
As mulheres devem ficar atentas aos primeiros sinais da doença: “O principal sintoma do câncer de endométrio é um sangramento que acontece normalmente na pós-menopausa, pacientes que pararam de menstruar, começam a ter sangramentos genitais”, explica Cristina Anton, médica do setor de ginecologia oncológica do ICESP.
A dona de casa Norma Camacho Alves descobriu em 2013 que estava com este tipo de câncer. Na época, estava acima do peso. Ela precisou passar por uma cirurgia para retirar o útero e fez o tratamento. Agora, ela diz que procura se alimentar melhor: cortou gorduras e frituras: “Eu me sinto curada. Eu tô tendo acompanhamento da ginecologista, oncologista e nutricionista. Então eu me sinto curada”.
Via: Jornal Hoje