Atualmente, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica reconhece quatro tipos de técnicas cirúrgicas como opções para o tratamento da obesidade. Elas se diferenciam pelos mecanismos de funcionamento e, normalmente, são feitas por videolaparoscopia. Cada uma possui benefícios e desvantagens:
- Banda gástrica ajustável: criada em 1984 e trazida ao Brasil em 1996, a banda gástrica ajustável representa menos de 5% dos procedimentos realizados no país. Apesar de não promover mudanças na produção de hormônios como o bypass, essa técnica é segura e eficaz na redução de peso. Instala-se um anel de silicone inflável ajustável ao redor do estômago que aperta o órgão, tornando possível controlar o seu esvaziamento. O objetivo é dificultar a entrada de alimentos no estômago, resultando numa perda de peso de 20% a 30%, sendo dependente da cooperação do paciente e dos tipos de alimentos ingeridos. Deve ser acompanhada de reeducação alimentar.
- Gastrectomia vertical ou sleeve: a gastrectomia vertical (gastrectomia em manga, gastrectomia tubular ou gastrectomia sleeve) é um dos novos procedimentos bariátricos que tem recebido aceitação global, com bons resultados em múltiplos centros médicos em vários países. Nesse procedimento, o estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros. Funciona como uma restrição gástrica, com remoção de 70% a 80% do estômago, diminuindo a produção de uma substância chamada grelina (hormônio da fome). Deve ser realizada por equipes bem treinadas e suporte multidisciplinar adequado.
- Derivação bileo pancreática ou duodenal switch: corresponde a associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal. Nessa cirurgia, 85% do estômago é retirado, porém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia de esvaziamento são mantidas. O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, determinando emagrecimento. Criada em 1978, a técnica corresponde a menos de 5% dos procedimentos e leva à perda de 40% a 50% do peso inicial.
- Bypass Gástrico (Gastroplastia em Y de Roux ou Fobi-Capella): estudado desde a década de 60, o bypass gástrico é a técnica bariátrica mais praticada no Brasil, correspondendo a 70% das cirurgias realizadas, devido a sua segurança e, principalmente, sua eficácia. O paciente submetido à cirurgia perde de 40% a 45% do peso inicial. Nesse procedimento misto, há a restrição mecânica representada pela redução gástrica que restringe a ingestão alimentar e uma mudança na produção de hormônios que modulam a fome e a saciedade. Esse somatório entre menor ingestão de alimentos e aumento da saciedade é o que determina o emagrecimento, além de controlar o diabetes e outras doenças. Bypass Gástrico (Fobi-Capella) é o que determina o emagrecimento e controla o Diabetes e outras doenças, como a Hipertensão arterial. Acreditava-se que a colocação de um anel estreitando a passagem pelo reservatório antes da saída da bolsa para a alça jejunal retardaria o esvaziamento para sólidos, aumentando, ainda mais, a eficácia dos procedimentos. Atualmente, a literatura aponta para resultados benéficos semelhantes com ou sem o anel. Complicações nutricionais podem ser mais frequentes com a colocação do anel.
A escolha da técnica deverá ser sempre do cirurgião que irá avaliar qual a melhor para o seu caso e qual o menor impacto para seu organismo. É interessante saber como elas funcionam, mas deixe a decisão na mão de seu médico.